O Brasil está passando pela pior crise hídrica dos últimos anos. A falta de chuvas, que não atinge os níveis ideais desde o ano passado, inviabiliza o funcionamento das usinas hidrelétricas, principal fonte de energia elétrica no país. Isso traz de volta o risco de racionamento de energia e até apagões. Entenda tudo sobre o assunto lendo o artigo a seguir.
Como funciona a geração de energia por hidrelétricas?
A maior parta da energia elétrica utilizada no Brasil vem de usinas hidrelétricas. Elas utilizam a força da água para movimentar grandes turbinas que, ligadas a geradores, transformam a energia mecânica da movimentação das pás na energia elétrica, que abastece residências, empresas e indústrias.
Para que as usinas funcionem adequadamente, é necessário que o nível de água dos rios e reservatórios esteja alto o suficiente para a movimentação das turbinas. Quando há uma grande temporada com poucas chuvas, esse nível fica baixo e impacta diretamente a quantidade de energia que as usinas podem produzir.
Existe mesmo o risco de um racionamento de energia?
Sim, o risco de racionamento de energia existe. Em maio, o Comitê De Monitoramento do Setor Elétrico emitiu um comunicado informando que o país estava sob risco de um racionamento de energia. Já o Serviço Nacional de Meteorologia informou que as regiões sudeste e centro-oeste do Brasil estão em estado de alerta de estiagem até, pelo menos, setembro.
Frente a essa situação, o Governo Federal pode determinar ações que visem reduzir o consumo de energia pelo país, evitando que falhas na distribuição causem os temidos apagões. Essas ações são conhecidas como “racionamentos”. Uma delas já está acontecendo: a mudança de bandeira tarifária na conta de luz.
A bandeira vermelha sinaliza ao consumidor que há escassez de energia e o incentiva a economizar, cobrando um preço alto pela energia entregue. A bandeira com tarifas mais caras, a vermelha 2, traz um acréscimo de R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos na fatura de energia. Considerando a atual crise econômica do país e o fato de que boa parte dos profissionais estão trabalhando em sistema de home-office, é um aumento significativo.
Em casos mais extremos, pode-se adotar os racionamentos compulsórios, como os que aconteceram entre 2001 e 2002, quando era obrigatória a redução de 20% no consumo de energia, sob pena de multa ou até corte no abastecimento.
E qual é a solução para o problema de racionamento?
As soluções para resolver a crise hídrica no Brasil passam por muitas etapas e levam tempo. Boa parte da falta de chuva se dá por mudanças climáticas que exigem um esforço global de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. O investimento em outras formas de captação de energia, como a solar e a eólica, também seriam muito úteis.
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